terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Horror em Elm Street




Horror em Elm Street ~~Capitulo Um: Sonho, garra e enfermaria.

        Três ou quatro era o número máximo de pais que não sabiam da lenda do assassino de Elm Street, que muito tempo atrás era uma febre. Os que disseram ser real agora se localizam no manicômio vivendo a base de Hypnocil, uma droga que inibe o sonho, já que alegavam que esse assassino entrava em seus pesadelos para matá-los. Nada foi realmente confirmado, e fontes dizem que tudo não passou de uma brincadeira de Halloween que deu errado e acabou resultando em algumas mortes. Alguns dizem que foi apenas um maníaco que gostava de matar jovens, o curioso é que todos os mortos tinham as mesmas marcas de cortes sequenciais como garras, e isso nunca foi esclarecido. O caso foi rapidamente abafado, mas jornais locais não perderam a deixa de colocar estampado na capa “Horror em Elm Street”, “O assassino de Elm Street” e até “Hora do pesadelo em Elm Street”. Depois de toda essa loucura do assassino que nunca foi pego, agora Elm Street volta a ser um pacato bairro com seus parques escolas e casas bonitas e aconchegantes de se viver.
    — Vai se atrasar para a escola querido. — gritou a Sra. Evangeline ao pé da escada. Elm era habitado por muitas famílias nobres e humildes, e não era diferente na casa 108.
    — Já vou mãe... — gritou Charles em resposta. Na casa 108 só moravam Charles e sua mãe Ruby Evangeline, já que ela se divorciou a uns dois anos de seu marido que era policial, mas mesmo depois do divorcio Charles ainda tem contato com o pai, o delegado James Swan.
    — Já disse que tem que descer mais cedo, ou vai acabar perdendo o ônibus, e sabe que o motorista Gregory não é de esperar. — Ruby repreendeu o filho.
    — Eu entendo, mas já vou indo. — Charles deu um beijo na mãe e correu quando ouviu a primeira buzinada do ônibus. — Oi Cléo. — o garoto cumprimentou a amiga e se sentou ao lado dela. — Tudo bem com você? Parece que esta meio cansada.
    — Uau, que bom saber que estou com cara de cansada. — Cléo levou a percepção de Charles com humor e depois respondeu que estava bem. — É que eu ando tendo uns pesadelos, entende? E acabo dormindo muito mal, cara eu to muito cansada. — os dois riram antes de começar a falar sobre trabalhos de escola, provas e romance.
    — Sinceramente acho que as provas vão piorar a minha cara da cansaço. Tempo de prova é horrível, temos que ficar acordados até tarde para estudar, mas juro que prefiro sonhar com o que estudei ou com os resultados da prova do que ter pesadelos. — Cléo expôs sua opinião ao terrível tempo de provas, até que o ônibus parou na porta da escola.
    — O primeiro tampo é história não é? — perguntou Charles.
    — Sim é história. Uma das minhas matérias favoritas, porém o professor é meio pra baixo. — respondeu e complementou Cléo.
    — Não achei meu livro de história em casa, quase me atrasei por isso. — Charles ficou levemente desesperado, correu até o armário e viu que o livro estava lá. — Ufa, o livro está aqui. — sentiu um alivio, o sinal tocou e ele e Cléo entraram juntos na sala.

    — Boa tarde alunos... — o professor de história, Henry, recepcionou os alunos com seu ar de segredo de sempre. Seus óculos ficavam na ponta do nariz o que lembrava aqueles professores clichês de livros. As pessoas responderam com uma falsa animação e ele foi dando inicio a aula. — Como sabem haverá trabalho... — ouve gemidos e murmúrios de insatisfação. — Sim, sim, haverá trabalho, mas para ser bonzinho, essa vai ser uma das únicas avaliações de vocês, o que significa que não haverá prova, entretanto quero corrigir as avaliações e as copias da lousa, e já sabem que quem me entregar tudo ganhara seu dez. — os alunos se olharam em concordância. — Então façam seus grupos por que cada grupo terá um tema para pesquisar, assim não ficara repetido. — Grupo 1: Charles, Cléo, Regina, Victor, Sabrina e Evan. Grupo 2: Evanna, Carmen, Helena, Jorge, Bruce e Nathan. Grupo 3: Vivian, Lilly, Hanna, Austin, Bryan e Leon. Grupo 4: Jorge, Megan, Arrow, Francine, Gordon e Laura. Grupo 5: Norma, Julie, Carly, Kurt, Gary e Drew. Grupo 6: Wanda, Lana, Marie, Luke, Daniel e Logan. Grupo 7: Zachary, Daisy, Justin, Jimmy, Mary e Tâmara. — Já que todos grupos estão definidos e devo parabenizar-los pela rapidez em que fizeram os grupos com o numero certo de meninos e meninas, apesar de alguns alunos estarem ausentes. Então ficaremos assim. Grupo 1: Fato histórico e/ou jornalístico. Pode haver tragédia. Um fato de mudança na história ou em nossas vidas e que houve repercussão. Antigo ou Atual. Grupo 2: Citar uma revolução e opinião de todos os integrantes do grupo se são contra ou a favor da revolução e usar argumentos coerentes. Grupo 3: Falar como foi inventado o futebol e por quem. Qual foi o time que mais ganhou copas do mundo, comentar sobre uma das copas do mundo e qual é o melhor time e por que, em suas opiniões. Grupo 4: Dêem sua opinião sobre a Primeira e Segunda Guerra Mundial, a diferença entre elas e como vocês acham que seria uma Terceira Guerra Mundial. Grupo 5: Comentarem sobre os Apocalipses já inventados e como eles afetaram a história e o mundo. E na opinião de vocês se seria possível um Apocalipse zumbi. Grupo 6: Os maiores assassinos de todos os tempos, suas localizações atuais e se mortos a causa. E na opinião de vocês como deveriam ser seus julgamentos. Grupo 7: Escrevam sobre sociedades secretas, se vocês acreditam que elas existem, quem são os principais membros, como surgiram e se elas tem influencia sobre nós. — o professor terminou de falar e as canetas dos alunos anotavam seus planos. Cinco minutos depois do esclarecimento de algumas duvidas e papos jogados fora, o sinal bateu e os grupos saíram juntos da sala, comentando e argumentado sobre o trabalho, até escolhendo aonde fariam.
    — Não sei se foi só eu, mas achei meio injusto esse trabalho. Alguns temas foram mais fáceis que os outros, e até esquisitos. — falou Victor enquanto pegava o livro de biologia do armário.
   — Pelo menos ficamos com o mais fácil... — sobrepôs Sabrina, os outros riram e Victor revirou os olhos ignorando.
    — Se quer saber, é bom mesmo que o nosso foi fácil, pois não vejo a hora que acabarmos esse trabalho do ultimo bimestre e assim nos formar. — Cléo já pensara em terminar os estudos antes mesmo de eles decidirem o tema que vão abordar.
    — Calma Cléo, esta apressada demais. Não se esqueça que além desse trabalho vamos ter muitos outros, sem falar nas provas finais. — Regina colocou a mão nas costas da amiga lhe dando um choque de realidade.
    — Não esquenta gente, é que ela com sono, ai não raciocina direito. — Charles falou cauteloso e seus amigos abafaram os risos, e ele não escapou de levar um olhar de repreensão cômica.
    — E eu que ainda tenho que jogar no campeonato para ganhar uma bolsa de estudos. — Evan era capitão do time de Futebol Americano, e tinha uma namorada líder de torcida, mas o engraçado é que eles não eram esnobes e muito populares.
    — Se for assim, eu também tenho que organizar o Teatro junto com a Wanda, temos que organizar muita coisa para a peça e ainda ajudar com o baile de formatura. — Sabrina também expôs suas tarefas e eles começaram a discutir as tarefas extracurriculares que tinham que fazer.
    —  Será que os queridinhos podem entrar na minha sala sem ficar brigando. — Cassandra a professora de biologia chamou a atenção do grupinho de Charles com sua voz aguda e tremida.
    — Isso não é bem uma briga... — Victor disse à professora que fez sinal para eles entrarem.
    — Ok, isso pode não ser uma briga, mas sentem-se para começarmos a aula. — A professora se escorou na mesa a espera do restante dos alunos. — Estão ansiosos para as provas finais? — a professora perguntou com vigor e já dava para imaginar que todos os alunos só queriam o que viria depois das provas, à liberdade de não por mais os pés na escola e finalmente fazer uma faculdade ou exercer uma profissão. Poucos alunos disseram sim outros só observavam. — Eu tenho uma novidade, haverá um passeio para o Zoológico e o Orquidário para então fazermos uma prova baseada nas informações armazenadas que obtivermos durante o passeio.
E ainda poderão tirar duvidas caso algum de vocês quiser trabalhar com animais e com zoológico. — assim que a professora deu sua noticia os alunos pegaram seus livros para terminar uma atividade, e Charles teve que ir dando cotoveladas em Cléo para que ela não dormisse. Uns dois minutos antes de bater o sinal Charles entregou sua atividade, e teria entregue mais cedo, porém Cléo não cooperava muito. As horas estavam passando rápido demais, alguns alunos poderiam gostar disso, todavia estava mais rápido do que o normal.
    — Não me diga que o professor vai passar basquete novamente? — perguntou Dylan a Simon.
    — Acho que sim... — respondeu Simon não muito contente também.
    — Se essa aula for rápida como as outras eu vou agradecer, meus braços quase se quebraram da outra vez que joguei, o professor não entende que eu sou péssimo nesse esporte? — Charles falava para Cléo e Evan como o professor insistia que ele fizesse ao menos uma cesta de dois pontos. Já Evan não pensava do mesmo jeito já que fazia cesta de três pontos quase quatro vezes seguidas. Até Cléo era melhor que Charles ele fazia cestas de dois pontos rapidamente, porém o professor a preferia no time de vôlei, talvez fosse uma regra machista de que só os homens poderiam jogar basquete. Mas Charles sempre acabava subindo na corda por gritar com o professor em insistência de não querer participar do basquete já que não era seu esporte favorito e para confessar ele era um desastre. Poderia até se dizer que ele era bom em Queimada, porque antigamente ele já ficou sozinho em sua área se esquivando de muitas bolas, só que parecia ter perdido essa velocidade ao longo da puberdade.
    — Acho que vou ter que subir na corda dessa vez, não vou conseguir sacar nem uma bola. — disse Cléo.
    — E nem subir em uma corda, pelo menos não sem cair. — falou Charles
    — Acho que o professor vai notar que estou com sono? — perguntou a garota se apoiando no amigo de tanto sono.
    — Você é uma garota, use seus motivos de garota para participar da aula. — falou o amigo parando em frente a porta do vestiário.
    — Ok, mas eu vou ficar na arquibancada para te dar apoio. — Cléo falou e logo empurrou a porta entrando no vestiário, e Charles fez a mesma coisa no vestiário masculino, só que quase esbarrou em Ryan que o chamou de molenga e começou a rir do garoto.

    Charles ficou pensando em coisas malucas e demorou um pouco a ir para quadra, só retornou a realidade com o grito do treinador exclamando para alguém subir na corda, e um tempo depois Charles viu que era Victor que escalava uma corda lascada, e sua expressão não era a das melhores. A amiga Cléo estava encostada na parede no final da arquibancada e parecia estar cochilando. O garoto imaginou que ela usou uma desculpa de garota para estar lá descansado sem preocupação. Ele se aproximou do treinador que se controlou para não gritar que ele estava atrasado, mas nem precisou, pois sua cara de ranzinza e seu dedo esticado apontando uma corda vazia já diziam tudo. O padrão era subir e descer a corda quinze vezes, mas aquilo era muito exaustivo, no entanto poderia ser melhor que passar vergonha tentando fazer cesta na frente de muitos que sabiam fazer varias cestas. Victor terminou sua sessão na corda antes do termino da aula e não escapou de escalar um muro, já para Charles ainda faltavam duas subidas e era bom ele subir rápido, pois se ele não fizesse o numero de vezes que o professor escolheu ele teria que subir muito mais na próxima aula. Ele estava na ultima subida, sentido suas mãos latejarem, quando Cléo deu um grito agudo que o assustou e o fez descer dois palmos da corda queimando as mãos com o atrito que se fez quando tentou desesperadamente se segurar. Por pouco o garoto não caiu, já que se encontrava no topo da corda, mas pulou quando chegou a noventa centímetros do chão; se apoiou nos calcanhares que doeram com a queda e correu para saber o que aconteceu com a amiga. Só ele e Victor se apressaram para se juntar a menina, os outros foram vindo aos poucos por conta da estagnação. A garota estava pálida como se estivesse morta, e por mais que ela tenha gritado alto não estava vermelha de vergonha, no entanto carregava uma cara de extremo pânico. Charles a abraçou rápido e notou que a garota esta suada, e se assustou quando sentiu sangue tocando suas mãos. O sangue vinha do braço da garota que estava com marcas de garras no braço direito. O treinador a levou para a enfermaria no colo e seus dois amigos a acompanharam. Charles lavou suas mãos com sangue e notou que elas estavam com bolhas, então pediu para a enfermeira enfaixar sua mão. Ele esperou até a amiga relaxar e ficar mais lúcida para perguntar o que aconteceu para que ela gritasse de uma maneira tão desesperadora.
    — Com licença. — Charles abriu a porta e a amiga estava sentada na cama olhando para uma televisãozinha.
    — Pode entrar. — Cléo perdera a sua feição de assustada e tinha agora a feição de abatida. O amigo entrou e se sentou na beira da cama sem dizer meias palavras, mas era notável o quão preocupado ele estava.
    — Fiquei extremamente preocupado com você. — ele falava com grande esforço, parecia ter cautela ao falar.
    — Não se preocupe comigo, estou bem e ficarei bem. — a garota mostrou um sorriso amarelo que não agradou a Charles.
    — Fique tranquila que eu e o resto da turma vamos fazer o trabalho... — o garoto estava receoso de perguntar como ela se cortou, porque aquilo ainda era um mistério para ele já que ele não a viu com nenhum objeto cortante e não viu ninguém que o podia ter feito.
    — Eu sei que você quer saber como foi que acabei com o braço machucado, mas isso eu também não sei. — ela parecia inquieta e em busca de uma resposta cabível para como acordou com cortes no braço.
    — Quer dizer que você não sabe como se cortou? — Charles elevou um pouco a voz de indignação.

    — Calma... É, eu não me lembro bem. Gostaria de ter tudo claro em minha cabeça, mas está meio confuso por conta de acordar de repente e gritando na frente de o monte de gente. Só me lembro de estar na quadra e alguém aparecer do meu lado e me cortar com garras de metal, é o máximo que consigo lembrar. — Cléo parecia se esforçar para lembrar do ocorrido, até que a enfermeira entrou no quarto e Charles saiu rapidamente lançando a amiga um olhar de esguelha tentando lhe passar boas energias.